Roger acordou com os sons de uma mulher tendo um orgasmo no quarto ao lado. E ao lado dele mesmo, havia uma garota. Ele disse:
- Vou ter que bater uma pra essa mulher aí.
A moça aparentemente começou a prestar atenção enquanto ele se tocava. Ele queria comê-la, mas Johnny o segurava na cama.
Em um impulso de simpatia raro, ele levantou-se, foi até sua mochila, largando as peças de roupa pelo chão, pegou uma camisinha, se vestiu e falou:
- Vou te usar.
- Mas eu não dei consentimento.
- Ninguém liga pra consentimento hoje em dia.
A moça estava deitada de costas para ele, e ele foi encaixando-se onde dava. Não havia onde. Após alguma tentativa de esfregação, Roger tirou a camisinha, jogou do lado da cama, xingou a mulher do quarto ao lado e foi dormir.
A história, conforme ela acontece.
Assim sendo, deve ser lido a partir do texto mais antigo, aqui.
***
Assim sendo, deve ser lido a partir do texto mais antigo, aqui.
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021
Johnny estava atônito. Aquela que prometia ser o amor de sua vida (mais uma pra galeria de amores únicos) estava chegando. O vôo pousaria às 18:00 e, ele imaginava, ela viria apenas com uma mochila, assim, não teria que ficar na esteira, esperando a mala sair do avião.
Roger estava lá fora, fumando, esperando os dois voltarem.
Ela surgiu, com um atraso que deixava Johnny cada vez mais apreensivo. Mas, na verdade, não havia atraso algum. A mochila dela era grande demais e ela teve que despachar, assim, teve que ficar na esteira.
Ao vê-la, Johnny desfaleceu e Roger, que estava ali para ver o que demorava tanto, pegou Johnny num braço e foi receber a moça. Não ouve grandes afetações, felizmente, graças ao desmaio de Johnny, coisa que ninguém notou.
A hora que Johnny acordou, todos já caminhavam em direção ao carro e a única coisa que ele conseguiu fazer foi tirar a etiqueta da companhia aérea que estava na mochila dela, raspando no pescoço.
Ao chegar onde dormiriam, Johnny entregou o livro de Kafka que havia comprado para ela, e ela não se surpreeendeu, não muito, pelo menos. Era uma surpresa esperada. Eles se deitaram na cama e Johnny abraçou-a um pouco. Após um curto período de abraços, Johnny notou que Roger estava por perto e deitou-se de costas para a moça. Ela ficava chamando Roger, mas Johnny tentava abafar ao máximo os sons que ela emitia, a fim de que Roger não ouvisse. De fato, ele não ouviu e, afinal, eles dormiram.
Roger estava lá fora, fumando, esperando os dois voltarem.
Ela surgiu, com um atraso que deixava Johnny cada vez mais apreensivo. Mas, na verdade, não havia atraso algum. A mochila dela era grande demais e ela teve que despachar, assim, teve que ficar na esteira.
Ao vê-la, Johnny desfaleceu e Roger, que estava ali para ver o que demorava tanto, pegou Johnny num braço e foi receber a moça. Não ouve grandes afetações, felizmente, graças ao desmaio de Johnny, coisa que ninguém notou.
A hora que Johnny acordou, todos já caminhavam em direção ao carro e a única coisa que ele conseguiu fazer foi tirar a etiqueta da companhia aérea que estava na mochila dela, raspando no pescoço.
Ao chegar onde dormiriam, Johnny entregou o livro de Kafka que havia comprado para ela, e ela não se surpreeendeu, não muito, pelo menos. Era uma surpresa esperada. Eles se deitaram na cama e Johnny abraçou-a um pouco. Após um curto período de abraços, Johnny notou que Roger estava por perto e deitou-se de costas para a moça. Ela ficava chamando Roger, mas Johnny tentava abafar ao máximo os sons que ela emitia, a fim de que Roger não ouvisse. De fato, ele não ouviu e, afinal, eles dormiram.
020
- Estou com muito sono para compactuar com seus delírios egocêntricos.
- Dorme então.
- Não posso, tenho um velório pra ir.
- Então não dorme.
- Dorme então.
- Não posso, tenho um velório pra ir.
- Então não dorme.
019
- Johnny, abaixa o som.
Johnny está de fones de ouvido, sentado no pé da cama onde Roger dorme.
- Johnny.
Roger encolhe uma das pernas, mira o pé no meio das costas de Johnny e chuta, enquanto grita.
- JOHNNY CARALHO!
Johnny leva um tranco com o chute e cai no chão. Um dos fones sai e o iPod só não vai mais longe pois o outro fone permaneceu na orelha. Johnny responde, assustado.
- O que foi?
- Abaixa essa porra de fone de ouvido!
- Tá baixo!
- Não tá, seu surdo de merda!
- TÁ. Tô abaixando.
Roger pega um cigarro no criado mudo e procura o isqueiro.
- Onde você enfiou meu isqueiro?
- Eu não vi. Vê se não caiu aí...
Roger olha atrás do criado mudo e encontra o isqueiro.
* * *
Johnny está no mercado e vê na prateleira uma garrafa de maple syrup. No iPod, toca Lucky Man. Na cabeça, dentre muitas palavras que se repetem, uma se repete em negrito sublinhado: Irônico.
Johnny está de fones de ouvido, sentado no pé da cama onde Roger dorme.
- Johnny.
Roger encolhe uma das pernas, mira o pé no meio das costas de Johnny e chuta, enquanto grita.
- JOHNNY CARALHO!
Johnny leva um tranco com o chute e cai no chão. Um dos fones sai e o iPod só não vai mais longe pois o outro fone permaneceu na orelha. Johnny responde, assustado.
- O que foi?
- Abaixa essa porra de fone de ouvido!
- Tá baixo!
- Não tá, seu surdo de merda!
- TÁ. Tô abaixando.
Roger pega um cigarro no criado mudo e procura o isqueiro.
- Onde você enfiou meu isqueiro?
- Eu não vi. Vê se não caiu aí...
Roger olha atrás do criado mudo e encontra o isqueiro.
* * *
Johnny está no mercado e vê na prateleira uma garrafa de maple syrup. No iPod, toca Lucky Man. Na cabeça, dentre muitas palavras que se repetem, uma se repete em negrito sublinhado: Irônico.
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